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Texto retirado do site do Curso Abril de Jornalismo, Fotojornalimso Esportivo


O fotojornalista precisa estar sempre atento e preparado para fotografar algum acontecimento repentino. Esta máxima também vale para o repórter fotográfico especializado em competições esportivas.

Pela natureza de seu trabalho, este profissional é considerado, pelos amantes do esporte, uma pessoa de sorte. Além de estar presente nos maiores eventos esportivos, ele assiste às grandes competições sem pagar nada e está sempre próximo dos grandes atletas.

Alexandre Battibugli, ex-editor de fotografia da Revista Placar (atualmente com trabalhos em vários veículos da Abril), é uma dessas pessoas. Em seu currículo, além de várias competições nacionais, estão quatro Copas do Mundo - incluindo a mais recente, na Alemanha - e uma Eurocopa.

Conselhos
Há diversos cursos que podem ser feitos para se especializar em fotojornalismo e alguns poucos voltados especialmente para o fotojornalismo esportivo. Entretanto, para Battibugli a verdadeira escola é a prática. "Não há nada melhor do que trabalhar em jornal, revista, ou até mesmo num site e participar de reunião de pauta, cobrir o dia-a-dia. É tirando fotos de buracos, de coisas corriqueiras que se aprende a técnica", comenta Alexandre.

Há profissionais que trabalham somente cobrindo eventos esportivos, principalmente futebol, motovelocidade e automobilismo; mas é muito difícil que, logo de cara, um foca comece a trabalhar na editoria de esporte. Portanto, cobrir o dia-a-dia é válido, mesmo que não seja a carreira que você deseje para seu futuro; pois além de desenvolver suas habilidades, boas oportunidades poderão advir desta experiência.

Preparação
Grandes eventos internacionais costumam causar apreensão em quem vai cobri-los. Battibugli diz que a melhor preparação é a informação. "Não há nenhum segredo na preparação de um fotógrafo para um evento esportivo como a Copa. O essencial é estar ligado em tudo o que está acontecendo que possua alguma relação com as seleções participantes. As notícias extra-campo também são importantes", afirma.

Perigo
Assim como os jornalistas esportivos, os repórteres fotográficos também estão sujeitos à violência das torcidas, nada simpáticas com os membros da imprensa. Entretanto, engana-se aqueles que pensam que isto é um problema exclusivo do Brasil.

Na Copa de 1998, antes da partida entre Inglaterra e Tunísia, hooligans ingleses destruíram vários estabelecimentos de Marselha, tudo documentado pelo editor de Placar. Já terminada a partida, em frente à estação de trem, Battibugli notou uma crescente movimentação de torcedores ingleses e começou a fotografar. "Ao ver minha máquina, um velhinho bêbado me perguntou se eu era jornalista. No momento que eu respondi que sim, ele partiu para cima de mim. Sorte que havia muita gente no local e o seguraram, dando tempo para que eu entrasse na estação de trem e me distanciasse dos torcedores", conta Battibugli.

Montagem jamais
A foto que ilustra essa matéria é real e foi batida por Battibugli. Houve um campeonato de futebol no Brás e a árvore, indiretamente, também fazia parte do jogo. Em fotojornalismo não existe montagem.

Mito
Será que além de trabalhar, o fotojornalista consegue mesmo assistir às partidas? A resposta, segundo Battibugli é negativa. "Quando você está tirando fotos, seu ângulo de visão é muito fechado, já que você olha pela lente da câmera", diz.

Para se ter uma idéia, na final da Copa de 1994, ele só se deu conta de que o Brasil havia sido campeão quando viu todos os jogadores comemorando. "Estava tão concentrado nas fotos que tirava, que havia perdido a contagem das penalidades. Não fazia idéia que o pênalti de Baggio podia ser o último", lamenta.

 


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